Roberto Setúbal é malhado feito judas na porta do Itaú

A página do jornal Valor Econômico que circulou na última quinta-feira com uma foto tamanho família do presidente do Itaú, Roberto Setúbal, foi queimada na sexta-feira em frente à agência do banco na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, em um ritual que lembrava as cenas recentes da “Primavera Árabe”. Bancários furiosos gritavam palavras de ordem contra o príncipe do Itaú, tachando de inaceitável e desumana a sua entrevista, na qual teceu loas à performance platinada da instituição ao mesmo tempo em que demitia 2,5 mil funcionários no Rio. Só para se ter uma ideia do significado da degola, praticamente na véspera o Citibank demitiu quatro mil pessoas nos Estados Unidos, o que foi considerado assustador pela mídia local.
Essa escorregada do banco mais vaidoso do país se deve, em grande parte, à perda como correntistas da folha de funcionários do governo do Rio, agora pertencente ao Bradesco. O Itaú tinha se preparado para atender aos mais de 460 mil servidores do estado. Com a derrota, está carregando uma ociosidade não Prevista, um lapso de planejamento estratégico do forte apache dos Setúbal. Uma forma de se aquilatar o significado da perda: em alguns municípios, como Nova Friburgo, as agências estão sendo fechadas e há dúvidas da permanência do banco na região. Segundo Roberto Setúbal, o banco está trabalhando para atingir 41% de índice de eficiência até 2013. O recado é seco, curto e grosso. Se o seu cargo estivesse ao alcance do governo, vide o de Roger Agnelli, Setúbal ia ter de tocar sua flauta em outra banda.

Fonte: Relatório Reservado

Deixe um comentário